sábado, 29 de dezembro de 2012

Retrospectiva Pessoal 2012

Todo ano eu faço um post aqui para relembrar todos os posts postados desde janeiro até dezembro, numa tentativa de criar um sumário pessoal do blog. Foi assim em 2010, 2011 e não seria diferente agora.

Crepúsculo


Não, esse título não tem nada a ver com filmes envolvendo vampiros que brilham no sol. Citei crepúsculo em referência a sua definição real estragada pela Meyer. E assim, falando no sentido astronômico da coisa, um crepúsculo é aquele período em que o sol já se foi mas ainda não anoiteceu. Ou que ele está para nascer mas ainda não nasceu, sabe? O céu vai ficando naquele tom de cor que pode ser roxo, azul, vermelho ou colorido. Para os povos da antiguidade, esse momento sempre era algo de muita atenção, pois poderia ser que o sol jamais voltasse a nascer.

Eu quis mencionar tudo isso para dizer que foi assim que o primeiro post do ano surgiu. Pouco antes do nascer do sol, eu fiz aquela pergunta que muitos fazem em toda virada de ano: Ano novo? E agora? E eu não esperei a resposta sentado; eu lutei para que as coisas mudassem na minha vidinha pacata, e assim decidi que tudo seria ocorrência de meu próprio mérito. Entrei na academia, comecei a dar mais força para estudos, entrei em bailes e melhorei minha frequência com as aulas de dança de salão. Realmente passei por uma mudança radical. E é sobre essa mudança que o todo os outros posts do ano convergiram.

Alvorecer


Para não perder o costume, eu fiz minha série de posts voltados para a economia ainda em janeiro. Falei sobre a Corrida dos Ratos em um texto gigante que começa na parte 1 e termina na parte 2. Aproveitando a onda mais capitalista do mundo, também emendei um texto mais pessoal falando sobre o Trabalho Desmotivacional.

No plano de fundo desses posts "políticos", havia uma versão minha entrando em colapso mental. Foi ali nessa época que eu via que minha luta pelas mudanças de meu ser eram muito mais difíceis do que eu pensava. Era a época em que muitas dúvidas explodiam em meu coração, e eu não me contive em procurar respostas para a única pergunta que tinha em minha alma: De onde vem a Angústia?

Confesso que não obtive respostas, mas mesmo assim, segui a vida. Aquilo tudo fazia parte de um alvorecer, onde eu sabia que as coisas mudariam, mas para que isso tudo acontecesse, cabia a mim não desistir de meus ideais. Confesso que nessas horas tudo parece tão difícil que a gente até tenta perguntar quem são nossos verdadeiros amigos. Um post sobre Amizade Mutável surgiu daí.

Mas era muito injusto eu lutar por uma vida melhor, mas focar meus pensamentos em tantas coisas ruins. E inerente a isso, eu tentei mudar o foco das coisas. Aquilo tudo podia fazer parte de um alvorecer, mas isso não significa que todo novo dia é melhor que o dia anterior. O primeiro impacto das coisas coincidiu com meu post sobre A Primeira Impressão de todas as coisas.

E ali ainda era Fevereiro, e o assunto do mundo Brasil girava em torno do Carnaval. Eu me senti obrigado a falar qualquer coisa sobre o assunto, porque eu também tenho a noção do quanto os posts focados em desilusões pessoais são chatos e inúteis. Mas meu esforço todo não adiantou em nada, pois o dia já tinha nascido e nada havia mudado.

Amanhecer


Com um grito forte e ensurdecedor vindo lá do fundo da alma, eu roguei praga a Deus e ao mundo por tanta coisa errada que via acontecer, que fazia e que sabia existir longe da minha ignorância local. Onde estava a culpa por tudo isso? Tentei um ponto de fuga escrevendo sobre o Acaso x Destino. E acho que isso me ajudou em muitas coisas, pois foi assim que o post seguinte, com o título autoexplicativo "Extremamente Simples" saiu.

A explicação para tanta coisa me foi óbvia; o motivo de eu estar daquele jeito era meu coração que não tinha jeito. E aí aconteceu uma chuva de posts mais "melosos", envolvendo a maior coletânia sobre desilusões amorosas que eu já havia feito por aqui até então. Na sequência de posts, saiu Os 8 tipos de relações, e a saga em 4 posts gigantes sobre as Contradições do Amor, com a parte 1, parte 2, parte 3 e parte 4. Foi sem dúvidas o Amanhecer mais sombrio que o blog passou. Eu até tentei dar uma animada nas coisas escrevendo sobre Viagens no Tempo sem Rpg, mas não deu certo. O dia foi encoberto de trevas, e o último post dessa primeira temporada definiu tudo até então: Depressão.

Entardecer


Depois da metade to ano, eu iria passar por um bom tempo sem escrever nada aqui. Até tentei postar o resultado da enquete "Qual foi sua última desilusão?", mas o foco de minha vida estava em outro lugar. O que eu estava tentando semear desde o começo, que tinha tudo haver com a mudança de minha vida começou a gerar frutos, e eu voltei a enxergar tudo com novas cores e nuances de tons. Era como se o amanhecer estivesse encoberto por muitas nuvens e eu tivesse duvidado da existência do sol, mas aí, ele apareceu durante a tarde e tudo se iluminou com um novo ar de esperança.

Um post sem graça e meio antigo sobre as Geladeiras Humanas surgiu em uma espécie de justificativa para eu ter sumido do meio digital. Mas era tudo uma questão de organização, ou melhor, uma questão de aproveitar aquele sol que tornava uma tarde de primavera a mais linda de todas.

Anoitecer


Toda tarde chega ao fim com um novo crepúsculo. Um período curto em que os céus nos dão para apreciar seu fim, e como no inconsciente de nossos ancestrais, também colocar a dúvida no ar de como será o novo amanhã. Talvez seja melhor, talvez seja pior, talvez seja igual, talvez seja diferente. É sempre impossível prever o novo dia que vai surgir, e mesmo se irá surgir, embora as chances disso acontecer sejam grandes.

Todo o ano havia passado e eu estava na varanda, olhando para trás e vendo onde eu estava. Minha única indagação, depois de tantas desilusões, ilusões e superações, era a pergunta que todos certa vez já fizeram na vida. O que é a felicidade? Eu não tinha de certo a resposta quando fiz a parte 1, a não ser que estava feliz. Mas, vendo as estrelas surgindo no céu, eu perguntei pela segunda vez: O que é a felicidade? A parte 2 não foi mais conclusiva que a primeira, mas acho que o espírito desse blog é esse. O espírito da vida é esse.

Boa noite, e um belo, novo - e esperançoso - amanhã.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Fim de ano 2012

Ainda nem era novembro e eu já havia começado a ver alguns enfeites de natal nas lojas. Algumas árvores e guirlandas anunciando que o ano estava terminando. E isso porque ainda faltavam mais de dois meses para o natal em si. Como normalmente eu faço, eu ignorei. Até porque, eu tinha visto panetones para vender ainda na metade do ano, que sinceramente não entendia se eles estavam à venda adiantados demais, ou se os donos daquela loja estavam tão atrasados em retirar das prateleiras. Que o tempo passa rápido, isso ninguém pode discutir. Mas que o natal fica diferente a cada ano que passa, disso eu acho que ainda posso discutir.


 

Mundo Imediatista


Minha mãe outro dia me mostrou alguns cartões de natal antigos, em que nas mensagens escritas à mão, geralmente constavam algo do tipo: "Adeus 2012, Salve 2013". A passagem do tempo era tão sublime, que a personificação dos anos era dita em forma de despedida. Hoje, geralmente é dita como alívio. É como se o tempo fosse tão rápido, que ainda queremos que ele seja mais rápido e que acabe logo o suposto ano atual, muitas vezes dito como "ruim", sendo que todo final de ano é a mesma coisa.

E isso me relembra uma conversa que tive com meu chefe há um bom tempo atrás, onde ele fez a seguinte declaração: "hoje em dia, as pessoas estão muito imediatistas". A sua declaração era provinda da experiência de que muitos clientes queriam fazer projetos mirabolantes com o prazo mais curto possível. E eu até já fiz um post aqui falando dessa banalização que a palavra "urgente" ganhou. Hoje em dia tudo é para ontem. Hoje em dia, as pessoas querem que a rapidez de uma solução seja instantânea. Culpa da tecnologia? Culpa dos mimos do google? Não sei, mas concordo com essa definição de que o mundo hoje é imediatista demais.


Simbolismo


É interessante como o simbolismo em volta do natal vem mudando desde o seu surgimento. As civilizações mais antigas comemoravam nessa época o solstício de inverno (que no hemisfério norte é quando a noite é a mais longa do ano, devido a inclinação do planeta). Por esse motivo, o natal não é uma comemoração necessariamente cristã. Ela é mais antiga que isso, e se quiser uma versão geral sobre o surgimento do natal do ponto de vista histórico, vou deixar o link de um podcast excelente que explica bem o assunto: http://www.mitografias.com.br/2009/12/papo-lendario-11-feliz-dia-de-mitra/


Deixando Mitra de lado, e focando na nossa cultura em si, o simbolismo maior do natal sempre foi o nascimento de Jesus Cristo que em teoria, pode nem ter nascido nesse dia. Mas isso também está mudando, uma vez que a figura de um presépio não pode ser colocada em qualquer lugar devido ao aumento da diversificação religiosa do país. Então o símbolo genérico do Papai Noel e da Árvore de Natal ganham mais força a cada ano. E assim, temos um simbolismo mutável, que não significa que é bom e nem que é ruim, e sim simplesmente uma mudança.


Reflexões


Por fim, também temos o momento de paz e reflexão que o fim do ano trás. Não sei dizer se isso acontece porque é quando geralmente muitos estão de férias, ou porque geralmente é o momento em que é possível ficar mais ligado com a família, e etc. Talvez, seja aquela coisa arbitrária da chegada do ano novo. Pois, basta virar o calendário que a esperança de que podemos virar nossa vida e dar a ela um recomeço fica mais fácil.

Imediatismos e Simbolismos à parte, eu acho que ainda cabe aqui - e sempre caberá - desejar um período bom e agradável para as pessoas, e já que o Natal permite nos fazer isso, então porque não?

Um feliz natal à todos, e como é de se esperar, um feliz ano novo igualmente.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O que é a felicidade? [2]


Tem gente que não acredita que, às vezes, uma frase é capaz de mudar toda sua vida. Mas para mim aconteceu exatamente isso, e não por satisfação do destino, por duas vezes.
A frase que conseguiu me fazer acordar para realidade era tão óbvia que eu não conseguia acreditar em como passara tão desapercebida por anos:

"Para ajudar os outros, primeiro ajude a si mesmo".


Não lembro de onde vi e nem quem foi seu autor, mas o agradeço. A partir daquele momento eu lembro de ter pego um pedaço de folha de papel e feito uma lista do que eu poderia fazer para ajudar a mim mesmo até que estivesse pronto para ajudar os outros. A caneta foi de forma automática escrevendo "estar feliz". Depois disso, a caneta apenas ensaiava novos itens da lista, mas nenhum outro parecia ter tanta importância quanto o primeiro.

Então, a lista permaneceu tão solitária quanto eu. Nenhuma outra palavra ou frase entrou ali.

Por que como eu poderia tentar ser útil se não via em mim utilidade alguma? Como eu poderia lidar com os afazeres mundanos se sentia não fazer parte deles? Era muito encorajador pensar que se eu estiver bem consigo mesmo, então seria mais fácil passar isso adiante. A princípio, houve uma falha nisso que eu não havia avaliado antes: "o quanto é vago estar feliz".

Posso me divertir assistindo um filme de comédia ou lendo um livro de humor, ouvindo uma piada, ou até mesmo entretido por horas na frente de um video-game. Posso ficar feliz matando a fome com guloseimas ou matando tempo no youtube. Posso perder a noção do tempo navegando pela internet ou imaginando sonhos se tornando reais. Infelizmente, a alegria passageira não tem poder algum, já que ela é apenas um escape da realidade, mas não a própria realidade. "Estar feliz" é muito diferente de "ser feliz".

Estar feliz é estar bem diante de uma situação; Ser feliz é estar bem diante de todas as situações.Você concorda?


O vídeo acima é de parte de uma entrevista com o filósofo Mário Cortella. Se ainda não conhece o cara, experimente fazer uma busca no youtube por ele para que possa abrir um pouco mais a mente sobre a vida em si. Muito bom.

Esse post nem ao menos tem uma conclusão. Esse post é um dos mais curtos que já fiz. Mas mesmo assim ele não acrescenta nada de novo. E nem tinha a intenção de fazer alguém feliz lendo isso tudo. Mas, já que chegou até aqui, que tal postar uma piada aí nos comentários para ajudar esse post a ficar um pouco mais útil? Ou então, apenas diga se você é feliz ou se acha feliz e deixe que alguém ria de você por mim.

O que é a felicidade [1]? →  Post anterior sobre que seria a primeira parte.
Extremamente Simples → Tentando deixar a vida mais fácil.
O lobo solitárioÀs vezes viver mal, pode ser um bem... ein?
3D Pokémon → Um desenho que fiz em 3D. Ficou ruim, é pra descontrair.


Confira todas as partes dessa saga O que é a felicidade?: [parte1] [parte2] [parte3]

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O que é a felicidade? [1]

...



A resposta é simples: Você escuta uma piada, acha ela engraçada e ri. Uma simples piada que tem o poder de deixar você animado é capaz de torná-lo feliz durante alguns segundos, mesmo que depois disso todo o caos mórbido do mundo o englobe novamente. Ok, isso não é a felicidade, isso é uma distração da realidade por um período muito curto de tempo. Mas convenhamos que, se uma pessoa consegue ficar feliz não só com uma piada, mas também com as coisas que acontecem ao redor, com as brincadeiras que fazem por aí, e com tudo mais o que for possível, então essa pessoa estendeu seus segundos de fuga da realidade para um período muito mais longo. Se for longo o bastante, logo a felicidade plena se transforma na sua nova realidade, e os momentos de caos do mundo viram a fuga. Crianças fazem isso o tempo todo, e não é atoa que dizem que são mais felizes.

Felicidade Espelhada

Certo dia, em um desses sábados maronhentos que não se tem nada para fazer, eu me peguei jogando video-game. Era um joguinho de mundo aberto, que nem vou me lembrar o nome, mas lá eu podia fazer de tudo. Entrava na casa das pessoas, roubava um carro, assaltava um banco e fugia da polícia (não era GTA ¬¬). Depois que já estava enjoado da mesmice vinda naquele joguinho, resolvi entrar na internet e dar uma olhada no facebook (era orkut na época, mas tanto faz). E ali nas atualizações de meus contatos, deparei com algumas fotos que haviam sido acabadas de serem enviadas por algum amigo que eu não falava fazia tempos, onde ele estava sorrindo e se divertindo em uma festa.

Por um instante, eu consegui condensar de um modo estúpido toda a festa daquele amigo em uma única foto. E lá ele estava sorrindo junto a um grupo de amigos, demonstrando para o mundo que aquilo era a felicidade. E aí, eu pensei que se eu transformar todo o meu período na frente do vídeo-game em uma foto, e o que se teria? Alguém corcundo, com um olhar de sono, talvez um pouco frustrado por apertar um botão errado enquanto pulava de um prédio. Foi aí que eu comecei a enxergar melhor aquela máxima sobre poder pegar toda nossa vida e criar um álbum de fotos com ela, onde as melhores e piores fotos estarão lá, repletas de lembranças boas e ruins. Tenha lembranças incríveis e você tem uma vida incrível, tenha lembranças ruins para ver as trevas o pressionando ao redor.

Confesso que naquele dia eu realmente tive alguns segundos de divagação, tentando analisar se eu realmente era feliz fazendo tudo o que eu fazia. E cheguei em duas conclusões: a primeira é que nosso egoísmo nos remete a buscar um referencial para a felicidade e criamos metas que só aquilo pode nos fazer felizes de verdade. A segunda conclusão, e a qual eu apliquei na minha vida, é que o tempo é igual para todos, mas cabe a nós fazemos o melhor ou pior uso dele. E agora eu preciso contar sobre meu reviéz dessa história.

Felicidade Mesclada

E certo dia eu consegui inverter os papéis e ver toda minha vida com o ponto de vista de quem estava do lado de fora daquele mundo sombrio. Para que minha explicação não pareça muito estranha, tenho que esclarecer que eu nunca gostei de festas, e sempre preferi assistir um filme do que estar lá no meio de um pessoal comemorando coisas aleatórias da vida. Mas se eu era capaz de ver uma foto de alguém sorrindo numa festa e me sentir triste por não compartilhar tais sorrisos, então minha hipocrisia era do tamanho do mundo. Isso me criou um ponto de pensamento onde eu, em alguma escala inconsciente, queria me divertir como todos os outros, mas eu não conseguia. É como se eu buscasse a felicidade, mas não soubesse exatamente o que ela era, e por isso, não tinha como encontrá-la. E essa busca por coisas subjetivas é que fazem a diferença entre você estar feliz, estar triste e nem saber ao certo onde está.

Felicidade Pessoal

E agora vamos ao papinho furado que qualquer livro de auto-ajuda diz, e que todos em uma situação parecida estão cansados de ouvir: coloque metas para sua felicidade, seja feliz fazendo o que gosta, vá e mude, quebre barreiras e blá-blá-blá. Tudo isso é papinho furado porque como já expliquei aqui e acolá, ninguém faz nada sem motivação ou uma alavanca, e menos ainda se tudo o que tentamos encontrar parece não existir. Ou talvez nossas dificuldades pessoais sejam maiores do que simplesmente ir lá fazer, e julgar alguém pelo patamar que está não me parece ser nada eficaz.

Felicidade Momentânea

Mas vou colocar outros exemplos para tentar propor onde quero chegar: Imagine agora que você adora sorvete, e toda vez que toma um sorvete você fica feliz. Considerando a facilidade em adquirir um sorvete, a felicidade decaí por ser algo que perde o poder de lhe surpreender. 

Eu lembro o quanto eu gostava de ir para lojas de Rpg com meus amigos durante minha adolescência, e o quanto meu estado de felicidade atingia o extremo só de eu ver milhares de livros, card-games, action-figures e milhares de coisas que eu jamais teria dinheiro para comprar. E eu ficava maravilhado com aquilo porque era algo muito, mas muito difícil de acontecer. Essa dificuldade me fazia querer valorizar aquele momento, e tudo se tornava potencialmente melhor.

Mas bem que dizem, e com toda razão, que a vida é feita de momentos. Nossa própria memória não é capaz de lembrar de cada segundo que passamos, mas é capaz de consolidar acontecimentos em espaços de tempo e analisar nosso estado de espírito por esses momentos. Assim, se você tem segundos de alegria em meio a dias de tristeza, é óbvio que a equação da resposta será um ardor negativo. Por outro lado, se houver uma forma de inverter essa equação, então temos toda a clareza da matemática ao nosso favor. Tenha dias de alegria interrupta, e as horas que precisar chorar e se entristecer serão facilmente dissolvidas pela massa maior de pensamentos.

Daí vem a coisa de ter pensamentos positivos. Daí vem a coisa de fazer coisas que lhe fazem bem. Daí vem tudo isso. E você, é feliz?



Não perca a oportunidade de dizer nos comentários o que é a felicidade pra você. Embora essa pergunta me lembre um comercial que passava do Pão de Açúcar, eu acredito que a pergunta em si é muito importante. Afinal, se você conhece o que é a felicidade, então se torna mais fácil buscá-la. E para ritmar esse post com outros que possam ajudar na busca por ser feliz, seguem minhas desilusões:

Geladeiras Humanas →  Post anterior sobre seus pseudo-amigos.
Extremamente Simples → Tentando deixar a vida mais fácil.
O lobo solitárioÀs vezes viver mal, pode ser um bem... ein?
3D Pokémon → Um desenho que fiz em 3D. Ficou ruim, é pra descontrair.

Esse post, é um daqueles que traz a máxima de nossas vidas, que é o que todo conto de fadas busca: "viver feliz para sempre". Vamos tentando, porque é o que nos resta...
Confira todas as partes dessa saga O que é a felicidade?: [parte1] [parte2] [parte3]

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Geladeiras Humanas

Fazia bastante tempo que não escrevia aqui, e isso porque já tenho dezenas de posts prontos que só me falta dedicação coragem para revisá-los e publicá-los. De qualquer forma, durante esse tempo que fiquei sem escrever, eu também acabei sumindo do meio digital. Sumi do MSN, Twitter, Facebook e onde mais eu poderia dar sinal de vida. Não que antes de sumir eu já não fosse quase invisível, mas alguns paradigmas de minha vidinha pacata mudaram, e aí eu entrei em cheque com a realidade; e novamente, como era de se esperar, mais um texto chato sobre uma reflexão abstrata surgiu aqui.


Geladeiras Humanas


Geralmente nós usamos de guardar comida na geladeira. Então a geladeira conserva boa parte dos valores nutricionais do alimento e aumentam o prazo de validade. Isso seria uma frase qualquer para um trabalho do ensino fundamental sobre geladeiras, se não fosse o detalhe de que o contexto aqui é bem diferente e assustador.

Pessoas colocando outras pessoas em geladeiras. De repente você tem um amigo que só o chama quando quer que ele dê aquelas dicas de [insira a profissão dele aqui] e, ao invés de deixar claro que você só é amigo dessa pessoa devido a um interesse, você ainda quer fazer levantar todo o status quo se fingindo importar se ele está bem ou não, e aí, instantes depois que você consegue o que quer, faz exatamente o que fez todo o tempo até então. O guarda na geladeira de novo.

Isso pode ser cruel, ou pode ser normal, se você levar em conta que não apenas deve estar na geladeira de muitos, como também guarda pessoas na própria geladeira. E inclusive alguém que está na sua geladeira pode nesse momento também achar que na verdade é você que está na geladeira dele. O mundo é só imagem, ou não?

Geladeira Viva

Eu pensei nisso num belo dia que eu precisava saber de uma coisa, e não sabia da resposta. Mas eu sabia quem poderia me ajudar, e tudo o que eu precisava fazer era ir até essa pessoa e perguntar. O problema era chegar nessa pessoa depois de muitos e muitos meses sem se quer dizer um oi para ela. E eu não tinha coragem de chegar para ninguém e dizer "oi" só porque pretendo pedir ajuda logo em seguida.

Mas já fizeram tanto isso comigo, e por  incontáveis vezes eu cheguei a conclusão que muitos nos colocam dentro de tal geladeira, e nós ficamos lá ocupando espaço nessa geladeira porque um dia algo particular que fazemos poderá vir a ser útil para ela. Vou tentar dar um exemplo: Imagine que você fala Mandarin e todos que te conhecem sabem disso. Pode acontecer de seus amigos sumirem e você nunca mais ter contato com eles, mas se um dia algum deles voltar a falar despretenciosamente com você, será que que o assunto sub-seguinte não será algo do tipo: "Hey, você fala Mandarin não é? Será que não pode me ajudar numas coisas aqui que tenho pra traduzir?". Essa frase dita dentro de um contexto específico faz com que você seja tirado da geladeira desse seu "amigo" sem saber.

E se você for parar para pensar, o contexto de estar na geladeira se aplica à muitas coisas, desde amizades à relacionamentos. O famoso caderninho com telefones de possíveis pretendentes que em uma ocasião não deram em nada, mas que ficam lá guardados para serem usados se um dia tudo der errado e você precisar de alguém.

Vendo assim, é um ciclo vicioso da falsidade. Se você tem uma geladeira, você conserva amizades por puro interesse, e ainda quer que tais "amigos" sejam receptivos e te ajudem em seus interesses quando você tirá-los do freezer. Eu já discuti em um outro post sobre a amizade escalável o porque acredito que o ser humano se move por interesses, mas sem generalizar, afinal de contas, aposto que quem ler isso vai se achar fora da curva e repetir em bom grado: "eu não sou assim". Ainda bem que nem todos são...


Geladeira Morta


Mas é lógico que existe um truque para se manter alguém na geladeira sem parecer que esse alguém está na geladeira. Vamos supor que você tem um amigo fotógrafo, e talvez, vá precisar dele para alguns eventos especiais de sua vida, como fotografar seu casamento ou a festa de formatura de seu filho prodígio. Muitos não vão considerar imoral o fato de você nunca falar oi para seu amigo fotógrafo, e quando falar oi, na sequência ser para usar seus dons. E eu também não acho isso errado, uma vez que pelas minhas teorias sobre a amizade, isso não seria considerado como um amigo, e sim como um contato. Amigo você quer o bem e se importa em saber os passos de sua vida para compartilhar os bons e maus momentos. Agora um contato não, um contato é simplesmente alguém que está na sua agenda de contatos, e corre até o risco de você ligar para ele e passar por uma das seguintes gafes: 1) Ele morreu, não sabia? 2) Ele não trabalha mais com isso... 3) Ele está sobrecarregado de serviços agora.

Se você já ligou para alguém e ouviu uma dessas três respostas, então seu contato morto na geladeira provavelmente será facilmente esquecido. Amigos não são esquecidos, mas contatos sim. Colocar amigos na geladeira é errado, mas colocar contatos não. Até porque, sem que você queira, é bem provável que esteja na geladeira de muitos e nem faz ideia...

Mas aí que se nota uma grande diferença entre um simples contato e um amigo. Quando você pedir ajuda de um "contato", sua ajuda não será um simples favor, e sim um serviço prestado. Desse modo, nada mais justo do que o adicional financeiro ser envolvido no assunto. Você presta favor para um amigo, mas presta um serviço para um contato. Acho que essa é a maior diferença.


Conclusão


Como já sou acostumado a fazer em muitos desses posts por aqui, primeiro eu defendo meu ponto de vista e depois eu ataco meu próprio ponto de vista, contradizendo tudo e deixando quem lê mais confuso que eu.

Pois então, você pode ser a pessoa mais errada do mundo ao colocar seus "amigos" na geladeira e só tirar eles de lá quando precisa. Mas, ao mesmo tempo, se você pensar fora da caixa, isso pode ser o mais certo e lógico a ser feito, e irei tentar explicar o porquê.

Se você não precisa das "habilidades" de alguém no momento, e esse alguém também não precisa de suas "habilidades", então ambos entrarão numa geladeira natural, onde o fato de você não conversar com alguém durante tempos pode significar que cada um entrou na geladeira um do outro naturalmente. Então você não é o vilão da história por ter amigos que só irá chamá-los quando precisar deles, afinal de contas, seu amigo também pode precisar de você primeiro e assim chamá-lo antes. E se você for pensar nos amigos que vem e vão, então a geladeira natural não precisa ser necessariamente defendida apenas por "habilidades".

E aqui vale a pena relembrar (mais uma vez) o post sobre o interesse escalável, onde defendo a ideia de que todo e qualquer ser humano é uma criatura que se move em pró de seu próprio umbigo, e vive a vida disfarçando seu lado interesseiro graças às regras de convívio social. E assim, o mundo se move de acordo com os interesses que cada um tem de sua própria vida. Até porque, mesmo na melhor amizade que existe, não vai me dizer que a própria amizade não é um interesse?


No calor, talvez até seja bom esse conceito de colocar mais coisas na geladeira para refrescar. De qualquer modo, tudo o que fica lá tempo demais estraga de qualquer jeito. E nesse blog sem vida, imagine que a sessão de comentários é como se fosse um freezer, e você pode por lá o que quiser para que se conserve para sempre. Se tiver sem paciência para comentar, que tal ver alguns outros posts aleatórios do blog?

Qua foi sua última desilusão? →  Post anterior sobre a enquete do blog.
Extremamente Simples → Tentando deixar a vida mais fácil.
O lobo solitárioÀs vezes viver mal, pode ser um bem... ein?
3D Pokémon → Um desenho que fiz em 3D. Ficou ruim, é pra descontrair.

Fiquei um bom tempo sem postar nada aqui. Achei que um post falando sobre essa conservação da vida alheia fosse um bom recomeço. Talvez seja só mais uma desilusão para tal extenso repertório desse blog.

domingo, 3 de junho de 2012

Qual foi sua última desilusão?

Há bem mais de um ano eu lancei uma enquete nesse blog, que com seus 13 votos sobre uma pergunta aleatória me fez criar um post justamente para comentar de tal enquete. E eu juro que eu mesmo não votei e nem manipulei os resultados da enquete. A pergunta era simplesmente para saber qual foi sua última desilusão, e assim me ajudar a ter mais foco nos posts desse blog.



Sendo assim, dado o empate técnico entre Trabalho e Amor, eu fico feliz por saber que as desilusões amorosas não são tudo na vida. Eu já fiz alguns posts aqui lidando com esses temas, e vou listá-los aqui antes de falar sobre a nova enquete.

Trabalho
Você pode se formar naquilo que sempre sonhou e descobrir que sonhou errado o tempo todo. Ou pior, pode descobrir que realmente aquilo era seu sonho, mas trabalhar com aquilo é mera fantasia. Talvez você tenha sido leviano em escolher um curso por simplesmente gostar, e esquecer que é necessário avaliações sobre o mercado de trabalho, por exemplo. Enfim, trabalhar naquilo que não gosta é triste. Mas, será que pode ser revertido? Fiz pouquíssimos posts falando sobre o trabalho, mas pode se desiludir com esse aqui.

Amor
E você pode amar uma pessoa, mas essa pessoa não vai te amar. E essa pessoa pode amar alguém que não vai amá-la. A lei do amor é simples assim, quanto mais o tempo passa, mais velho você fica e mais oportunidades de viver pelo - e para - o amor vão sendo jogadas fora. Uma das desilusões mais recorrentes aqui no blog, e que se tudo der certo, ainda postarei a receita infalível da felicidade eterna advinda dos contos de fadas. Só para citar os últimos posts, falando sobre os 8 tipos de relacionamento, as contradições ou a escalabilidade romântica.

Dinheiro
Mesmo com raiva sobre a censura capitalista, eu realmente tentei pensar numa forma de fazer com que o dinheiro deixasse de ser um problema na vida. Até arrisquei falar sobre dicas de investimento e bolar planos meticulosos para ser rico. E se você ainda acreditar fielmente que dinheiro não trás a felicidade, então talvez seja só um desiludido motivado. Mas se não for, experimente ler as duas partes do meu post sobre a corrida dos ratos.

Sorte
Existem pessoas que tem muita sorte. Andam por aí e acham notas de 100 reais na rua, ganham prêmios inesperados e são sempre os visitantes premiados de vários sites. Por mais controversa que seja a sorte, eu já arrisquei dizer aqui que a filosofia de Steve Jobs ainda é muito válida: Somos nós quem fazemos a nossa própria sorte. Quem senta e chora recebe lágrimas, e quem levanta e anda, recebe oportunidades. E você, acredita em sorte ou também quer procurar evidências do destino e o acaso?

Outro
Fiquei pensando em quantos outros tipos de desilusão podem existir, como estudos, amizades e problemas familiares. Além dos problemas citados, eu acabei esquecendo de mencionar outro muito importante que é a saúde. Doenças fisiológicas e mentais que podem atrapalhar o bom andamento da vida. Ou crises de luto por perda de parentes ou pessoas próximas. A conclusão que chego é que nossa vida é uma grande malha de desilusões, onde é feliz aquele que cuida dessa malha ou não tenta buscar uma de mithryl.

Agradeço muito se você foi uma das 13 pessoas que votaram nessa enquete que já estava aí no lado esquerdo do blog há anos. Meu objetivo agora é que com a nova enquete, eu consiga a colaboração de 13 novos votos para encerrar a enquete. Será que consigo? Enquanto isso, você pode se desiludir um pouco com outros posts com selo Adele de qualidade.

Depressão →  Post anterior sobre uma doença semi-curável.
Viagens no Tempo sem Rpg → Porque com Rpg não seria desilusão.
Ano novo, e agora? Você está fazendo o que prometeu fazer?
Você tem certeza? → Porque toda dúvida faz parte de uma desilusão.

Esse post, embora não tenha assim muito assunto, eu achei importante fazê-lo para que eu não me esqueça dessas enquetes lendárias altamente populares que faço.

sábado, 26 de maio de 2012

Depressão

Primeira coisa: Nunca, never, Kesshite nai, Jamé, Jamais e novamente Nunca diga que está deprimido só porque parece que o mundo desabou; nunca banalize a depressão mais do que ela já é banalizada por tanta gente. Usar essa palavra em vão é praticamente a mesma coisa de praticar bullying conceitual. É como se você espalhasse o preconceito pela AIDS e fizesse que aqueles que tem a doença fiquem constrangidos em procurar um tratamento. Mas em uma doença fisiológica é uma coisa: A pessoa fica constrangida mas com muita força de vontade ela tem condições para procurar tratamento. Agora em uma doença mental isso não funciona. A pessoa não tem condições, e ninguém é capaz de simplesmente segurar na mão dela e tentar tirar do fundo do abismo. É como se a pessoa que você mais amasse no mundo se tornasse alguém que não pode mais te reconhecer. É como lidar com casais de velhinhos em que um é abatido pelo mal de Alzheimer e o outro não. Ou seja, nunca diga que está deprimido. Nunca banalize uma doença tão desgraçada quanto essa. Pronto, desabafo feito. Agora acho que posso começar a falar sobre o assunto.

Quantos tipos existem?

Vou bancar um metido a médico e propor tipos de depressão existentes. Não estou me referindo àquelas já catalogadas nos livros de medicina, que fala da bipolaridade e afins. Vou fugir das pesquisas por um instante e propor outros tipos mais predominantes na prática. Isso pode ser errado, inútil, incultural e motor explosivo da minha ignorância, mas mesmo assim vou seguir com essa proposta. Meu atrevimento chega ao ponto de eu propor a existência de 3 tipos de depressão. Mas antes de avacalhar cada uma delas, vou precisar de uma defesa aqui:

Um psicólogo, psiquiatra, pastor, santo, cigano ou seja lá quem for, geralmente não tem como compreender a depressão no mesmo nível de realidade em que ela se encontra. Por isso que é uma doença grave e deve ser levada a sério. Os remédios anti-depressivos, como eu já li por aí, apenas vão tentar bloquear algumas áreas do cérebro que liberam mais e mais substâncias venenosas químicas para si próprio. E é por isso que dizem que sempre há um risco de recorrência desse problema.

Imagine um cão. Todos os estudos científicos dizem que eles enxergam em tons de cinza e possuem uma visão mais apurada a noite. Mas, como é possível afirmar com exatidão como um cão enxerga o mundo se ninguém é capaz de estar na pele dele? Apenas por teorias e fatos que chegam próximo da realidade absoluta, mas não na realidade absoluta. De um modo similar, ninguém pode ser capaz de estudar a depressão com tanto avinco, porque quem está dentro dela tem seus motivos particulares para estar ali, e quem já saiu da crise, certamente não tem a mesma força de análise de quem está emergido no caos desse mundo. E vamos convir que quem experimenta esse estado caótico tão pouco teria motivação suficiente para falar e auto-estudar sobre isso.

E agora, dito isso, vou tomar a liberdade de explicar algo sobre o assunto com toda a superficialidade e desilusão que acompanha cada post desse blog. Para começar, minha separação nos três tipos de depressão...



Depressão Vivencial

Novamente, temos nossa vidinha normal cheia de altos e baixos o tempo todo. Dependendo de vários fatores, pode ser que sua vidinha seja mais recorrente nessas fases altas do que nas baixas. Ter sorte, amigos, tranquilidade, estabilidade financeira, metas e sonhos plausíveis e tudo isso pode contribuir para que realmente faça um bom uso da vida. Por outro lado, pode ser que as fases baixas aconteçam com mais frequência. Talvez uma insistência do azar te perseguindo, as frustrações caindo em um efeito dominó, a vida parecendo estagnar-se diante de coisas que nunca parecem caminhar do lado certo. Enfim, viver é estar sujeito a ficar nessa balança. Viver é correr os riscos de estar nos altos e baixos o tempo todo. Mas ninguém quer experimentar o lado sombrio da moeda o tempo todo, e é quando a era de trevas predomina por muito tempo que surge a hipotética depressão vivencial.

Essa depressão seria aquele tipo mais gradual, pois a sucessão de fracassos e derrotas iria cada vez privar o contato com a felicidade, até que chegaria um ponto em que a felicidade ficasse de lado. Como tudo ao redor sempre parece estar num mundo terrível e chato, então a cabeça acaba desistindo de encontrar coisas boas pelo caminho. Uma piada que era divertida no passado vai perder a graça; os filmes de humor que ativavam as áreas de alegria no cérebro são desligadas, e tudo vai virando um emaranhado de desilusões irreversíveis. E como está totalmente ligado a toda sua vida, então arrisco dizer que é difícil para quem está dentro desse tipo de depressão sair de lá, simplesmente porque ela já desistiu de viver faz muito tempo. Seria o caso mais próximo de morto-vivo que encontraríamos com facilidade por aí; pessoas que morreram em seus sonhos e vontades, mas o corpo continua vivo. Elas não tem necessariamente uma aparência monstruosa e tão se alimentam de cérebros, é óbvio, mas certamente a destruição da auto-estima as fariam cessar a vaidade e não se importar mais com a aparência, ao mesmo tempo que tudo o que era necessário para "ressuscitá-las" seja a reativação de áreas do cérebro que já não existem mais.










 
Depressão Evolutiva

A depressão já me preocupou algumas vezes, porque dizem que isso também pode ser causado por um agente genético. Ou seja, se você tem casos de depressão na família ou em parentes próximos, quem vai dizer que um gene maléfico não está ali, adormecido em seu DNA apenas esperando uma fase muito ruim da sua vida para lhe abater?

Muita gente entra em depressão quando perde algum apoio importante na vida, ou quando a morte de alguém acontece de um modo inusitado. Quando a insanidade domina a mente, as pessoas que tem aquele gene chato no corpo correm sérios riscos de desencadear a doença. E até quem não tem esse gene não deve ficar assim tão aliviado, afinal de contas, dizem que são as áreas do cérebro que agem com mais determinação sobre isso, ou seja, genética é só um mero detalhe aqui.

Mas estou falando sobre essa depressão evolutiva porque certamente ela não é novidade aqui nos dias de hoje. Animais entram em depressão, e eles me mostram o exemplo mais claro de como a tristeza pode ser mortal; É como um casal de velhinhos, em que basta um falecer para o outro ir logo em seguida, mesmo com a saúde íntegra. Ou animais que morrem meses (ou semanas) depois que seu dono morreu. Morrer de tristeza me parece ser algo muito cruel, mas não me admira pensar que antes dessa "morte" acontecer, o estado de depressão se abata com tanta intensidade que não tenha mais volta. É o caso da angústia que já comentei aqui em outro post, que é quando você simplesmente não sabe o que fazer. Para mim a depressão é o estado posterior a angústia, que é quando você desiste de fazer qualquer coisa. É a entrega de sua alma para ciclos e mais ciclos de sofrimento sem fim.

Vou colocar um vídeo que fala sobre o transtorno bipolar, mas possui uma ideia geral de como nós somos aquilo que não somos...










Depressão Suicida

Não importa o valor que você dá para sua vida. Certamente existem pessoas que dão mais do que você, e outras que dão menos valor que você. Alguém poderia lhe dizer: "Ah, se fosse eu, teria feito dessa forma". E com alguma dose de coragem ou bebedeira ocasional, seu ponto de vista sobre as atitudes tomadas por outrém também poderiam ser julgadas de modo diferente aqui ou ali. Em muitos casos, nós somos rápidos em considerar o certo e o errado com base no consenso geral de nossa sociedade, e qualquer coisa que fuja disso leva críticas.

Por exemplo, se você vivesse na Europa medieval, poderia muito bem estar ali em alguma praça aplaudindo a queima viva de pessoas durante a inquisição. Poderia estar sorrindo ao ver leões matando um pobre gladiador nos coliseus antigos. Se nascesse no iraque em convivência da guerra, poderia muito bem nesse momento estar com o corpo cheio de bombas planejando a explosão de uma escola próxima acreditando que isso será a salvação. Todos os seus valores e conceitos vem de sua época e cultura atual, fortemente influenciados por quem te criou, que novamente são influenciados por aquilo que todos ao redor dizem ser certo ou errado, mesmo que no futuro isso soe como uma idiotice.


Charles Charplin era uma pessoa melancólica, e ainda passava sua vida fazendo os outros rirem. Nesse filme recente (ou nem tão recente) do Celton Melo (O Palhaço), existe uma das poucas partes do filme que levei em consideração, que vem dessa frase: "Eu faço os outros rirem? Mas quem me faz rir?". E a resposta do pai dele é completamente impecável diante disso: "O gato bebe leite, o rato come queijo e sou palhaço". Ou seja, cada um é aquilo que é, e viver se preocupando com isso é bobagem. Mas se você não conseguir perceber isso e achar que alguém precisa fazer você rir, então temos o primeiro passo para encontrar mais tristeza do que alegria. Infelizmente, já sabemos que a depressão é a soma de tantas e tantas tristezas.

Tudo isso para defender apenas um ponto: Quem pode ser capaz de julgar a decisão de um ato de suicídio? Você é capaz de dizer que Hittler foi menos errado por ter se suicidado no fim da vida? Você é capaz de dizer que Santos Dummont foi menos decente por ter cometido um suicídio ao "supostamente" ver que suas criações foram usadas para o mal? Ser a favor ou contra o suicídio é uma coisa, mas dizer quem é certo ou errado por pensar diferente de você é outra. Não há porque confrontar esse tipo de ideologia, visto que ninguém é capaz de compreender tão bem a vida quanto a si próprios.

Conclusão

Como material para leitura, aconselho o desse site aqui:
http://www.psicosite.com.br/tra/hum/depressao.htm

Não adianta dizer para alguém que sofre de depressão que ela não deve ficar assim, ou doar livros de auto-ajuda acreditando que a corrente motivacional é um remédio mágico para se curar a depressão.

Parafraseando uma frase que tem naquele filme Cidade dos Anjos: "O Tempo é a cura para tudo. Mas e se o tempo for a doença?". É sempre o tempo; ele cria coisas, cria ilusões e mostra desilusões. É o poder completo da metamagia: Com ele você criará, controlará e entenderá tudo.

E em agradecimento ao Doctrine Dark, que me mostrou um dos desenhos mais perturbadores  que já vi. Tem alguns episódios desse Salad Fingers que mostram não só um tipo de depressão, como também outro problemas inquietantes.




Quando a depressão é divulgada nos noticiários é uma coisa. Quando ela parece tocar a campainha de seu mundo, as coisas mudam de figura. Mas pior do que ver pessoas próximas sobre esse aspecto macabro, é quando você mesmo não sabe a força que tem para lidar com a crueldade de uma vida sombria. Mas não há porque deixar o mal se abater. Nessas horas confrontá-lo não é mais uma opção.

8 tipos de relações →  Minhas divagações sobre 8 formar de se amar.
De onde vem a angústia? → O estado caótico que precede a depressão.
Contradição do Amor [1] Curto e grosso: Ou você ama, ou você mata.
Choro Límbico → Um post pessoal, nem tão melancólico quanto o título.

Esse post é um daqueles da série "textos antigos" que sempre relutei em publicar. Ou seja, ainda haverá uma sequência de posts piores (como se possível) por vir.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Dança de Salão! E então... [6]


E eu achando que já tinha dito tudo o que poderia dizer sobre essa saga da Dança de Salão, que depois de seis partes, acho que já estão longe de serem sobre a dança em si. Você pode tentar acompanhar essa sequência gigante de posts começando por aqui. De lá para cá eu já vislumbrei sobre proporção áurea, superações, rivalidades e até alavancas motivacionais. Ou seja, é quase uma novela, exceto pelo fato de que numa novela há melosidade e romance por trás das histórias. Mas aqui não, é apenas um cara se desiludindo até onde não tem como se desiludir, e agora estamos na parte 6, para tentar finalizar essa novela no provável último post da saga.

Paralisia Mental

E como toda novela, você não precisa ter acompanhado nenhum capítulo anterior porque a história permanece a mesma. E para resumir: Eu era um sujeito tão tímido e fisicamente travado que já escutei alguém dizer assim - ou algo assim - para mim:

_Você já parou para pensar que nem todo tetraplégico pode ter sofrido um acidente? A mente também pode paralisar o corpo, e se sua timidez continuar assim, não me parece nenhuma surpresa vê-lo numa cadeira de rodas pelo simples fato de que seu cérebro atrofiou seu corpo por simplesmente não encontrar motivos para usá-lo.

Talvez, e aqui vou ser enfático nesse talvez; mas talvez aquelas palavras não sejam assim tão exageradas quanto parecem, mas nem vou entrar nos detalhes de como ouvi isso aqui, pois não é disso o que quero tratar nesse post. Mas o ponto principal onde queria chegar com isso, era apenas para contextualizar que eu não estava ali na camada dos simples tímidos que são tímidos e evitam todo convívio social; eu estava na camada dos tímidos problemáticos, daqueles que não só evitam, mas que travam ao pensar na ideia - e o pior - realmente se travam tanto ao ponto de todos olharem para você e lhe virem como alguém sem nenhuma expressão corporal.

Mas antes que o caso se agravasse, fazer aulas de dança foi apenas uma atividade física aleatória - e desesperada - para tentar resolver esse problema. Foi quase uma terapia, e que mesmo assim iria ser completamente inútil se eu não tivesse feito minha parte e enfrentado o monstro da mudança. Foi ali que eu realmente consegui mudar um pouco meu futuro, e por isso preciso compartilhar isso aqui. Eu preciso provar que tudo se é passível de mudança. E o retorno de saturno, como falam por aí, é você quem faz na hora que quer. Paralisia Mental é algo que só depende de você para fazer uma forcinha na busca da cura.


Explosão Mental

Depois da alavanca motivacional, comecei a sentir mais força de vontade para fazer as coisas que queria, e principalmente, ter mais amor próprio e elevar um pouco minha morta baixa auto-estima. E com a renovação da coragem dentro de mim, eu me meti a fazer academia, voltei a reencontrar com velhos ciclos de amizade, comecei a sair mais para ir em bailes e até consegui dizer que gostava de uma pessoa que realmente gostava. Foi tudo uma fase que realmente mudou drasticamente minha vida, e hoje eu consigo apenas ver um ponto de mutação da qual ainda faço parte. Mas o importante aqui não é mutação em si, e sim as tentações que acontecem durante essa fase importante de evolução pessoal.

Tentações essas que incluem os dias em que acorda desmotivado, ou os dias em que sente que está fazendo algo que não compete a si mesmo fazer. E muita coisa se passa pela cabeça de alguém que luta pela mudança, pois é como se todas as suas crenças e certezas destrutivas lhe atacassem constantemente tentando lhe mostrar que aquele caminho é o errado, embora não seja. Mas, tudo o que posso dizer aqui é que a teoria sobre a Alavanca Motivacional realmente funciona. Quando você tem algo - ou alguém - que lhe motiva e lhe puxa para que você mude, então ali não é mais uma luta solitária de você contra você mesmo e seus pensamentos malignos. Seus pensamentos malignos perdem força a partir do momento em que alguém lhe puxa para cima.


Para acompanhar a saga completa:

Dança de Salão! Oh, não! [1] →Porque tive essa idéia?
Dança de Salão? Oh, não! [2] →E a primeira aula?
Dança de Salão. Ou não. [3] →E as mudanças que ocorreram?
Dança de Salão? Eu não! [4] →E se tudo terminasse?
Dança de Salão? Eu então? [5] → A alavanca da mudança.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Contradição do Amor [4] - Um ou Dois

Lá vou eu em mais uma saga nesse blog, dessa vez para maquiar mais um paradoxo insano afirmando e contradizendo as coisas ao mesmo tempo. A primeira parte foca a contradição verbal da coisa, a segunda parte coloca em pauta as analogias baratas com sua decisão de amar ou ignorar aquilo que tem pouco valor, seja por dó ou frieza. A terceira parte é só uma analogia animalesca para falar sobre o egocentrismo dessa palavra e a última parte é uma conclusão abstrata disso tudo. Let's go.

Parte 1: Ame ou Mate
Parte 2: Sinta ou Suma
Parte 3: Meu ou Seu
Parte 4: Um ou Dois

Amando Bebes ou Crianças

Primeiramente, eu queria começar com um exemplo, para tentar encontrar um ponto de partida.
Imagine um bebê, ou uma criança que aparece de modo inesperado na sua vida, seja encontrado em uma cesta, fruto de acidentes irracionais ou baixada pela internet. Essa criatura, com suas feições indefesas, olhos grandes e chamativos, vão contribuir para que por instinto, a sua escolha de amá-la aconteça mais fácil, geralmente de modo inconsciente.

Então, querendo ou não, você decide amá-la, e exatamente como um animal de estimação, essa criança irá crescer. Dará trabalho, te fará passar raiva e ainda conseguirá mostrar defeitos que você juraria serem impossíveis de existir. Pois é, mas uma vez que a escolha de amar está feita e ela não foi mudada por você, então amar torna-se fácil, e principalmente para a criança, que também escolherá ter seu amor e lhe amará de volta.

Lógico que na prática podem existir muitos "depende" pelo caminho, mas a essência onde quero chegar é na importância dessa escolha consciente. Uma mãe faz isso por um filho de modo inconsciente, mas é quase a mesma coisa no final das contas. Então, quando essa criança cresce, ela também fará muitas escolhas - e acreditará que muitas não foram escolhas - amando e odiando pessoas pelos mais diversos motivos. Mas o detalhe que eu quero colocar aqui é apenas o fato de que são escolhas.

Tudo bem que é mais fácil jogar a culpa toda para os sentimentos, e dizer que amar ou deixar de amar são coisas muito distantes de você e seu processo arbitrário. Eu não gosto de demagogia, por isso vou ser obrigado a admitir que já passei por situações em que joguei a culpa nos sentimentos e sentia pena de mim mesmo quando não conseguia dominá-los. E é justamente nesse ponto onde quero chegar agora: dominar sentimentos.

Amando Adolescentes ou Adultos


Quando os hormônios começam a explodir no início da adolescência, ninguém parece ter controle dos próprios sentimentos. E de fato, não tem. A reação química que acontece no cérebro é muito mais espontânea que seus atos, principalmente quando se fala de casais adolescentes, por exemplo. No entanto, eu não disse aqui que esses sentimentos tem controle, e sim que o sentimento de amor tem controle.

Você pode não escolher por quem vai se apaixonar, e nem criar padrões cerebrais que o façam produzir mais ou menos doses de dopamina para controlar o que sente. A paixão é só um recurso completamente desesperado para você fazer coisas ilegais ficar com alguém.

Só que por algum motivo, a paixão acaba. Dizem por aí que ela se renova, mas não é exatamente isso que os estudos dizem por aí. Mas quem pode dar bola para os estudos, quando aquilo que se nota na prática muitas vezes é diferente? Só que ao mesmo tempo, muitas vezes é exatamente isso que parece acontecer também. Quantos casais não se separam depois de um tempo pelos mais diversos motivos? Acredite ou não, mas certamente a maioria estraçalhadora desses motivos é culpa do fim da paixão. Afinal de contas, é só depois que ela se vai que você realmente vai ter tempo para ser racional e voltar a pensar em você em primeiro lugar.


Sendo assim, acredito que a paixão é algo que não temos controle, e ela vai embora cedo ou tarde. Felizmente, podemos ter controle do amor, e quando isso acontece, deixamos de ser simples adolescentes brincando de conhecer os sentimentos na mesma proporção que conhecem o corpo. Quando essa fase passa, podemos então falar sobre o ponto principal desse post: amor.

Amando Adultos ou Idosos

Eu estou a quatro posts gigantes como esse colocando as razões pelas quais acredito que o amor é realmente uma escolha pessoal. O contrário do amor, é simplesmente a indiferença, e todo mundo consegue ficar indiferente à outra pessoa caso esqueça dela. Esquecer alguém é uma forma de buscar a indiferença e anular o amor, apenas isso. Ou seja, vai me dizer que tentar esquecer não é uma forma de controlar o sentimento?

Imagine um jovem, de sei lá quantos anos, que acaba de tomar um fora de uma menina que ele gostava muito. Os sentimentos que ele tinham por ela sempre foram mais fortes, mas a partir do momento que ela lhe deu um fora, o jovem - e infeliz - rapaz foi obrigado a controlar seu sentimento pela menina. E ele poderia ter escolhido ficar olhando as cartas de amor que fez ou escolhido atear fogo em tudo. Ele poderia ter escolhido continuar ouvindo uma música que fazia lembrar da menina, ou simplesmente deletar da coleção do mp3. Percebe onde quero chegar? Assim como esse jovem desiludido, as pessoas buscam controlar seus sentimentos fazendo coisas que estão ao redor delas. Algumas são mais radicais e vão beber, outras procurando voltar a velhos amigos de balada... sei lá, cada um sabe uma forma para controlar um sentimento. Então vai me dizer que eles são incontroláveis?

Se esse exemplo ainda não ficou claro, então tem muitos outros. Mas já disse muita coisa repetitiva nos posts anteriores e não vou voltar a falar nada disso nesse. Só para relembrar, leia aqui a primeira parte, a segunda parte e a terceira parte, caso ainda não tenha feito.

Posso até aconselhar a leitura de um livro muito bom, chamado "O Maior Vendedor do Mundo", que ao contrário do que parece, não é focado para vendedores, embora eu tenha tomado conhecimento dele através de um vendedor. Devo já até ter comentado sobre ele, mas a causa é boa quando nos deparamos com uma frase do tipo: "Todos nós somos vendedores de uma forma ou de outra. Vendemos nossa imagem, nosso melhor. Vendemos algo, e por mais estranho que seja, vendemos e nossos compradores não precisam nos dar um único centavo para que seja a melhor venda de nossas vidas".

Amando Um ou Dois

Um outro exemplo claro para imaginar tudo isso, são os fãs de alguma banda musical ou seriado televisivo. Evidentemente, eles recebem um sentimento bom por estarem em contato com aquilo que gostam, e quanto mais esse sentimento bom perdura, maior é sua ação de amar aquilo. Surgem fanboys por causa disso, e com um álibi semelhante, certas religiões cegam pessoas às fazendo escolher devotar o amor de modo incondicional, incentivados a alimentar a emoção e fazer dessas coisas uma necessidade.

Aí não tem como escapar: se uma coisa é necessária, essa coisa vai influenciar nas suas emoções; Muitas pessoas ficam mais bravas quando estão com fome, e outras, mais sentimentais quando estão sonolentas. Isso é uma prova de que uma necessidade, mesmo fisiológica, influi em uma emoção rápida daquele momento.

O prazer de qualquer coisa alimenta as necessidades. E existe apenas uma coisa mais forte do que o prazer, que é o medo. Mesmo que medo seja muitas vezes ilusório, ainda assim ele consegue ser mais forte do que um sentimento real, que é o de prazer. E é aí que mora o perigo em toda essa história; muitos deixam de encontrar a felicidade simplesmente porque tem medo de buscá-la. Ou até buscam, mas fogem quando o caminho se torna mais difícil.

E a explicação biológica para tudo isso até que é completamente compreensível. Todos nós vivemos pela e para sobrevivência, e diante disso, encontramos prazer para que seja incentivado a fazer aquilo mais vezes, e sentimos medo para que tenhamos cautela naquilo que fazemos. Como pode parecer, é o prazer que impulsiona qualquer caminhada, e é o medo que paralisa o corpo. A única pergunta a ser feita, é sobre o qual real o fator causador do medo é.

Conclusão


Vários casos estudados sobre a loucura mostraram duas coisas: as pessoas fazem coisas insanas sempre que são dominadas por uma emoção, e essa emoção veio porque a necessidade de racionalizar dada situação simplesmente deixou de existir, por  algum motivo qualquer. E uma segunda coisa interessante, é que se fosse dada liberdade em demasia para alguma pessoa, ou seja, se a sociedade e o mundo não colocasse regras para nada, então a loucura também aconteceria justamente pelo oposto: Sem necessidades, objetivos, emoções e sentimentos, o lado humano morre, ao posto que o monstro da insanidade toma conta.

Para resumir, é só levar em consideração que se você não racionalizar algo, estará se deixando levar pela emoção. A emoção é meio burra, e vai te deixar fazer coisas que farão se arrepender depois. Raiva, paixão e medo são exemplos claros disso, onde um faz com que você ataque outros, outro faz com que ame outros e outro que paralise-se outros. Mas a inversão do ônus também é válida, pois a racionalização em demasia também é burra, uma vez que ninguém é capaz de racionalizar tudo ao redor onde vive, e tão pouco encontrar a explicação para tudo.

O interessante, e lado bom nessa história toda, é que o amor não é mais uma emoção como as demais. Amor é um estado de espírito pessoal, que não depende de químicas condicionando seu cérebro a fazer coisas estúpidas (exceto a oxitocina?). Ele é você agindo por você mesmo. E não depende de mais ninguém.

Ou seja, ame. Aumente o poder dessa palavra e raio de pessoas atingidas com a mesma. Faça coisas sem pensar em recompensas, pelo simples prazer de amar. Não importa que ninguém irá te valorizar ou jamais te reconhecer por isso, como eu mesmo já aprendi. O que vale não é a troca em si, apenas a certeza de que fez a escolha certa. Até porque, não faz a menor diferença se o outro lhe ama de volta ou não, pois viver esperando que te alimentem o ego é uma das coisas que mais podem te machucar na vida. Inverta os papéis e alimente a si próprio o ego com o estado de espírito tranquilo que pode conseguir dentro de si mesmo.

Como uma vez eu li, de um amigo no msn:

"Duvido da recíproca do amor, mas não de sua existência" (Thales Vianna)

Veja todas as outras partes dessa saga sobre A Contradição do Amor:

Talvez já tenha divagado sobre esse tema do Amor aqui no blog, mas de outras formas. Agora estou tentando entender suas contradições e semelhanças, nos mais diversos aspectos. Se você acha que ele não precisa de comparação alguma, então esqueça isso e veja outros posts perdidos por aqui.

Viagens no tempo sem Rpg →  Post anterior à essa saga melosa.
De onde vem a Angústia → Um post angustiante sobre... er, a agústia
A Corrida dos Ratos [1] → Quer ficar rico? Pergunte-me como...
Amor Escalável Reflexão sobre como passar de nível no amor.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Contradição do Amor [3] - Meu ou Seu

Lá vou eu em mais uma saga nesse blog, dessa vez para maquiar mais um paradoxo insano afirmando e contradizendo as coisas ao mesmo tempo. A primeira parte foca a contradição verbal da coisa, a segunda parte coloca em pauta as analogias baratas com sua decisão de amar ou ignorar aquilo que tem pouco valor, seja por dó ou frieza. A terceira parte é só uma analogia animalesca para falar sobre o egocentrismo dessa palavra e a última parte é uma conclusão abstrata disso tudo. Let's go.

Parte 1: Ame ou Mate
Parte 2: Sinta ou Suma
Parte 3: Meu ou Seu
Parte 4: Um ou Dois

Eros, tu eras (egoismo do amor)

No último post, fui enfático ao criar analogias baratas com perfumes e animais de estimação. Tudo muito belo e agradável, por mais loucura que a princípio possa parecer. Você pode escolher amar uma música, um livro, um filhote de leopardo que caiu no seu quintal. (O.o'?) Enfim, esse poder de escolha é fácil, porque a complexidade é pequena e não evolve a coisa mais estranha do mundo: Fator Humano.

O ser humano, por sua natureza, tende a ser egoísta, preocupado com a sombra do próprio nariz, solidário consigo mesmo e amigo e amante de qualquer coisa que seja de seu próprio interesse. Claro, não vou generalizar tudo, mas já generalizando, o Fator Humano representa muitos defeitos inconcebíveis. E por isso, a escolha é mais difícil do que você falar: "'Eu decido amar minha cama."

Quando você ama uma cama, você ama e pronto. A cama nunca vai te trair. Bom, ela pode até lhe derrubar no chão alguma noite, resmungar, torcer seu pescoço ou coisas assim, mas você pode perdoar a cama e amá-la da mesma forma, afinal de contas, você possui controle pleno sobre ela e assumirá toda a culpa por qualquer traição de um simples móvel do seu quarto. Porém, as pessoas não são como camas, tão pouco representam um ponto de segurança ou vivem para você. Por isso decidir amar alguma pessoa qualquer nem sempre é fácil. Cada pessoa é uma caixinha de surpresas, pronta para te surpreender ou te decepcionar a qualquer segundo. Agora apenas me responda uma coisa, caso um pedacinho da mente ainda esteja fechado: Porque você acha que é muito mais fácil declarar que ama (e realmente amar) qualquer pessoa que possui algum tipo de deficiência ou doença terminal?

 Pois é, o ser humano é um completo imbecil nesse ponto. Amar é uma ação tão simples quanto decidir que vai escovar os dentes, mas mesmo assim, você só a faz se isso não tiver a menor possibilidade de ferir seu egocentrismo inflado. Quanto mais complexa uma pessoa parecer, menor será a sua confiança cedida, e maior a dificuldade em simplesmente decidir que amará e pronto. Agora basta entrar em um hospital de crianças com câncer e pronto, você declara todo o amor por elas que julgou que ninguém mais nesse mundo merecia. Nesse caso, és mais doente do que quem julga estar doente: E o nome dessa doença maldita é Egoísmo Terminal. #Prontofalei.

Ah, claro: Não posso me esquecer da grandiosa diferença que existe entre amar e ter compaixão. Ter compaixão é um sinônimo barato para "ter pena", e por isso, é apenas um sintoma grave dessa doença do Egoísmo. Você pode ter pena de algum animal indefeso, pode ter pena ao assistir um vídeo de alguém sendo bullynado no colégio, mas pronto. Isso acaba aí. Ter dó de uma formiguinha é uma coisa, mas decidir amar algo ou alguém por dó, então isso é deprimente. Quando você sente dó, tudo o que você está fazendo é dizendo a si mesmo de que é melhor e mais capaz do aquilo pelo qual você está com dó. É exatamente como encontrar um tipo de droga que alimente o ego e te puxe para a malevolência do amor.

Não é um mero acaso que faz o amor ser assim tão questionável. Você pode declarar que irá amar alguma coisa porque ela precisa ser amada. Nesse caso, vamos dizer que você resolveu amar por dó. Se essa dó alheia te faz bem, então é natural você achar que tudo está ótimo, e quem te vê de longe talvez pense o mesmo. Quanta desilusão... Se você realmente amasse seu objeto de pena, então seu objetivo seria contribuir para que aquele objeto fosse melhor e evoluísse, ao ponto de dar-lhe tudo o que ela precisa para viver bem e feliz. Afinal de contas, se você apenas demonstra que ama com carinho, mas nada faz para alimentar a evolução das coisas, então eu sinto muito: é um amor tão falso e traiçoeiro quanto o que tem de si próprio.

Leão, pra que te quero

É complicado. Você pode pegar um filhote de leão e cuidar dele com todo seu amor, e com isso, fazer aquele animal crescer forte e saudável. Quando ele crescer, ainda assim será um leão, ainda assim poderá sentir forme, ainda assim poderá estar num dia de mal humor e querer brigar com você; afinal de contas, quando se ama as brigas são inevitáveis (discordo, mas dizem que são, então vamos considerar que são). O aprendiz supera seu mestre, e o leão, mesmo não querendo brigar contigo, ou mesmo que ele tente fazer isso do modo mais sútil possível, a falta de controle dele poderá te matar. E aí, quem arriscará dizer que o leão estava errado em brigar, se desde o começo todos sabiam que ele é um leão, e que ele poderia fazer isso um dia? Quem poderá dizer que nunca existiu amor entre eles, só por serem tão diferentes?

Vou dar minha resposta de livre interpretação: A culpa foi do leão. Quem criou o leão realmente declarou todo o seu amor e fez a coisa certa, pois cedeu inteiramente em pról de tornar o outro melhor do que ele e mais capaz. E como o amor é uma ação, pouco importaria se fosse recíproco, afinal de contas, amar é uma decisão sua. Então por isso o leão foi o culpado? Ele nem queria aquilo, pra falar a verdade... Pois é, o leão foi o culpado não porque matou quem tanto amava, e tão pouco porque deixou-se guiar pelo instinto; O leão foi culpado porque ele não compreendeu a sua posição diante do outro. Se ele tivesse compreendido a sua posição, então ele saberia que se um dia ficasse nervoso e seguisse um instinto, então poderia matar aquele que o amava, mesmo sem querer. Caberia ao leão saber disso e se afastar justamente porque amava.

Por outro lado, também é fácil inocentar o leão se considerar que todo amor pleno exige sacrifícios. O leão poderia querer ter ido embora para evitar uma tragédia que talvez nunca ocorresse, mas o homem que lhe cuidou desde filhote poderia ficar tão deprimido com isso que morresse de tristeza. Num jogo cruel de decisões imutáveis, não se pode simplesmente jogar a culpa para o alto e esperar ela cair sobre alguém. Amar é exatamente isso: você declara que não há culpados para as suas ou pelas decisões alheias. Nada é meu ou seu, é nosso.

Nessa fábula simples, estamos considerando espécies muito diferentes entre si. Um leão não teria toda a complexidade de pensamentos de um homem, e por isso, caberia ao homem uma parcela maior da responsabilidade em sua decisão de amar. Pois é, você pode decidir que amará qualquer coisa, mas tenha em mente de que essa é uma responsabilidade só sua. É exatamente a mesma coisa que já disse lá atrás de abraçar sua cama e colocá-la num altar dourado; a responsabilidade é sua se a cama te trair, o que evidentemente será difícil de acontecer. E então, caso decida amar alguém parecido com você, um ser humano que tem muitas coisas em comum contigo, então a responsabilidade em relevar defeitos e encontrar os melhores caminhos na construção dessa história também são apenas suas. Se decidir amar um leão, a responsabilidade continua sendo exclusivamente sua. Afinal de contas, como é muito óbvio, tudo o que é feito gera consequências, e aceitar as consequências faz parte da evolução pessoal de todos nós. Para dar um outro salto ainda maior nessa evolução, então tente elevar as doses de compreensão sobre tudo; coloque-se no lugar do outro e busque o lado positivo da compreensão.

Não será fácil buscar a compreensão alheia, simplesmente porque ninguém é capaz de compreender alguém como se compreende uma pintura de Picasso. Na falta de respostas é muito mais fácil sua compreensão falhar e você imaginar coisas erradas e distorcer a realidade de modo negativo. Aliás, por experiência própria, sempre temos a tendência a distorcer a realidade para o pior modo possível, mesmo quando somos otimistas.

Um otimista diria: "vamos ressuscitar o homem morto pelos leões, pois agora o leão foi embora". Um pessimista diria: "o amor é uma droga mesmo. Que o leão ame uma leoa manca e morra de fome". Não importa o que se pense sobre o assunto, você apenas está inventando motivos que muitas vezes são completamente ilusórios. E quando digo que isso tenderá a seguir o pior modo possível, é porque muitas vezes acreditamos nessa falsa ideia que plantamos na própria cabeça. Ou seja, fingimos que acreditamos no que parece ser o mais certo com base em nossa própria experiência. Tomamos decisões que achamos valer para outra pessoa, quando na verdade só valem para nós mesmos em nossa ignorância de achar que compreendemos um palmo além do nariz.

Como era aquela música mesmo? Ah claro, lembrei-me: "E assim caminha a humanidade". O que resta agora é dançar.

Conclusão

Essa é a parte três, de um total de quatros partes envolvendo esse paradoxo sobre o amor. Já andei propondo na primeira parte o porque amar é algo simples, uma vez que parte de nós mesmos em uma essência mais pura e verdadeira.  Na segunda parte eu tentei encontrar um espaço para encaixar o sentimento em analogias simples. Mas precisava dessa parte para colocar em pauta a grande diferença do fator humano na história. E finalmente, a conclusão dessa saga fica por conta da parte 4.


Veja todas as outras partes dessa saga sobre A Contradição do Amor:

Talvez já tenha divagado sobre esse tema do Amor aqui no blog, mas de outras formas. Agora estou tentando entender suas contradições e semelhanças, nos mais diversos aspectos. Se você acha que ele não precisa de comparação alguma, então esqueça isso e veja outros posts perdidos por aqui.

Viagens no tempo sem Rpg →  Post anterior à essa saga melosa.
De onde vem a Angústia → Um post angustiante sobre... er, a agústia
A Corrida dos Ratos [1] → Quer ficar rico? Pergunte-me como...
Amor Escalável Reflexão sobre como passar de nível no amor.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Contradição do Amor [2] - Sinta ou Suma

Lá vou eu em mais uma saga nesse blog, dessa vez para maquiar mais um paradoxo insano afirmando e contradizendo as coisas ao mesmo tempo. A primeira parte foca a contradição verbal da coisa, a segunda parte coloca em pauta as analogias baratas com sua decisão de amar ou ignorar aquilo que tem pouco valor, seja por dó ou frieza. A terceira parte é só uma analogia animalesca para falar sobre o egocentrismo dessa palavra e a última parte é uma conclusão abstrata disso tudo. Let's go.

Parte 1: Ame ou Mate
Parte 2: Sinta ou Suma
Parte 3: Meu ou Seu
Parte 4: Um ou Dois


Eu escolhi não respirar.

Vamos supor que você não gosta de um tipo de perfume, pois o cheiro te trás alergias e você começa a passar mal sempre que sente aquele cheiro. Se pensarmos na ideia do amor como verbo, então a escolha de amar é possível, embora ela encontre com muitas variáveis em seu caminho. Talvez, ao aceitar que você amará aquele tipo de cheiro, isso assume que você precisará refletir as consequências do que aquele cheiro te causa. Eu poderia usar uma máscara de gás em tempo integral, mas isso anularia o cheiro e então eu o amaria sendo indiferente à sua principal característica. Isso não faz sentido.

Mesmo assim, vou considerar que amar é realmente uma escolha, e que como qualquer escolha, ela nem sempre é imutável, e existem chances de que os problemas coloquem sua decisão em cheque. "Será que eu escolhi errado? Escolhi amar esse perfume, mas eu não gosto dele porque me faz mal".

Consegue perceber o problema dessa afirmação? Você escolheu amar um perfume, cuja característica principal, que era o cheiro, você não pode ignorar. Existem chances de que você aprenda a se acostumar com o cheiro, até de perceber que não era tão ruim assim, mas as alergias, que não são escolhas suas - e sim de seu corpo - continuarão iguais para sempre.

Compreendendo o espaço do ambiente, talvez viver em um lugar mais amplo e ventilado melhore a questão do cheiro e até mesmo diminua um pouco sua alergia. E nesse jogo de escolhas, talvez espirrar ou tossir de vez em quando não seja um fator que prejudique a sua vida, e com isso, a escolha de amar fica incrivelmente mais fácil.

Mas é claro: aqui eu disse sobre amar alguma coisa que não é capaz de te amar de volta. Embora o exemplo de um simples "perfume" possa ser aplicado em várias escalas de nossas vidas, o fato é que se existisse uma possibilidade do amor ser retribuído, então sua escolha ficaria mais fácil. Percebe onde eu quero chegar com isso? Somos capazes de amar, condicional ou incondicionalmente, desde que estejamos dispostos à isso, pois como todo verbo, sua conjugação pode ser feita por qualquer pessoa.

Seria mais fácil, a princípio, escolher não respirar aquele perfume incômodo, eu concordo. Mas, minha reflexão aqui vem para mostrar que diante das coisas que nós temos agora, a escolha de amar pode ser realmente uma questão de escolha, e muito mais fácil do que imagina, já que na maioria das vezes, nem existem alergias e doenças erradicando para dentro de si.


Tá, mas e o sentimento?

Isso é outra coisa, de certa forma diferente mas que caminha lado a lado com essa coisa das escolhas, afinal de contas, mesmo que digam que ninguém escolhe o que quer sentir, muitas pesquisas feitas por aí provam o contrário.

Vou dar um exemplo prático: Certas pessoas, quando estão tristes, acabam procurando se aprofundar em músicas depressivas e racionalizar o quanto tudo é cruel para com elas. Vai me dizer que usar a tristeza para encontrar mais tristeza não foi uma escolha? E os exemplos poderiam ir muito mais além: Sentimos dor diante da perca de um ente querido, e com isso dizemos para nós mesmos que estamos em luto, porque escolhemos reviver a tristeza de modo a nos provar um respeito para aquela situação.

Você sentiria raiva quando alguém te ligasse no meio da noite para te passar um trote? Sim, porque é um estímulo natural, tal qual a dor, mas você escolhe prolongar a raiva quando vai discutir com o infeliz que te passou o trote. Você sente compaixão quando vê alguém indefeso sendo agredido? Talvez sim, mas a escolha de ter compaixão ou se manter frio e ignorar são suas, mesmo que a decisão final te deixe mal depois. São tantos exemplos, mas alguns geralmente parecem estar fora dessa regra. Pois é, parecem.

Já foi comprovado por exemplo, que as pessoas podem bloquear um sentimento aparentemente forte demais quanto a paixão, apenas racionalizando demais sobre ele. Do mesmo modo, podemos ter sentimentos indescritíveis de alegria, como uma piada lembrada no meio de um velório (sabe se lá porque), e rapidamente escolher bloquear isso colocando alguma memória triste no caminho.

Nossa mente lida com todas as emoções e sentimentos que temos em um mesmo pedacinho dentro do cérebro, e é por isso que acredito que todos os sentimentos podem ser controlados, ao menos que você se julgue não ter controle sobre si. Isso é uma questão de treino, de disciplina e a velha palavra mágica: "querer".


Unindo o útil ao agradável


Ao amar alguma coisa, você está deixando um sentimento agradável tomar conta de você, e quanto mais é correspondido, melhor se sente e mais felicidade se agrega em torno de algo ou alguém. Agora o ódio, justamente por ser algo que nos faz mal, dificilmente será duradouro, ao menos que não haja outra escolha. Quando não gostamos de alguma coisa, a tendência posterior ao ódio não é continuar exercendo o ato de odiar, e sim o de abandonar. Por isso dizem que o contrário do amor não é o ódio, e sim o esquecimento. Enquanto você se lembra, você ama. Mas só para deixar claro: estou falando das coisas que você se lembra naturalmente, e não daquelas que precisa forçar a mente para buscar na massa cinzenta perdida as informações daquilo.

Mesmo para coisas inanimadas, como objetos, não é difícil pensar em alguma coisa que você não gostou, e por isso, ao invés de simplesmente ficar se remoendo de desgosto, simplesmente deixou aquilo de lado. Em uma escala muito mais abrangente, o mesmo vale para animais, pessoas e qualquer outro ser vivo.

Você escolhe amar, quer tenha consciência disso ou não. Por exemplo, você  adota um animal de estimação, e logo nos primeiros dias, percebe que ele tem algumas qualidades boas, mas seus defeitos são terríveis. Se você decide que vai amar aquele ser vivo, é porque você está disposto a contornar seus defeitos. Por outro lado, como minha mãe já me disse várias vezes: "Não pense demais, porque depois que se pegar amor ao bichano, nunca mais se volta atrás".

E então, quando você decide amar um cãozinho, por exemplo, ele vai corresponder e te amar de volta, e você sentirá isso, mesmo que nunca troquem uma única palavra ou discussão à respeito. Daí a escolha se renova sempre, e o ciclo torna-se infinito. Claro, claro... novamente é fácil aplicar o conceito de "amor" para um animal ou um objeto, porque a complexidade dos pensamentos envolvidos não se comparam a de um ser humano para outro.

E aqui vamos nós novamente, tentando compreender se amar uma pessoa, seja ela algum familiar, um conhecido ou um bebum passando na rua. Mas isso fica para o próximo post dessa saga, tentando unir o útil ao agradável do que já propus até agora.

Conclusão

Essa é a parte dois, de mais quatros partes envolvendo esse paradoxo sobre o amor. Já falei na parte um sobre a importância de se declarar amar algo ou não. E o pacto mais complexo da vida só pode ser feito se considerarmos os sentimentos. Graças à eles a vida segue em toda sua naturalidade, e graças a eles, naturalmente estamos felizes ou tristes. Em suma, é tentar sentir ou sumir para não mais sentir.


Veja todas as outras partes dessa saga sobre A Contradição do Amor:

Talvez já tenha divagado sobre esse tema do Amor aqui no blog, mas de outras formas. Agora estou tentando entender suas contradições e semelhanças, nos mais diversos aspectos. Se você acha que ele não precisa de comparação alguma, então esqueça isso e veja outros posts perdidos por aqui.

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